Rádio Beatitudes

segunda-feira, 26 de abril de 2010

ERROS BÁSICOS DE PORTUGUÊS PODEM CUSTAR VAGAS DE ESTÁGIO A CANDIDATOS.

Erros como escrever “nóis sabemos” ou “univercidade” em redações e testes de português complicam a vida de muitos universitários em seleções para estágio. Diante desse quadro, os selecionadores demonstram preocupação.
Levantamento feito a pedido do G1 revelou que apenas 32% dos candidatos avaliados passaram no teste de português em 2009 – o equivalente a 12.577 estudantes de um total de 39.304.
O teste inclui 30 questões de ortografia. Para passar, o estudante pode errar até seis delas. Em 2009, apenas 5% dos estudantes acertaram todas as perguntas, outros 27% erraram de 11 a 29 questões e 41%, de sete a dez. Nenhum candidato errou o teste todo.
De acordo com Carmen Alonso, gerente de treinamento de estagiários, os erros de português são vistos como falha na formação do candidato, pois o esperado por parte das empresas é que os estudantes tenham domínio do português e conhecimento de pelo menos um segundo idioma.
Carmen ressalta que ter um bom português é importante para todos os candidatos, mesmo aqueles das áreas de exatas.
“Não importa qual seja a área de atuação. Quando um engenheiro entra em uma empresa e apresenta um slide com erros de português, o erro colocará em dúvida a qualidade de seu trabalho."
ERROS

Além dos erros nos testes, os candidatos também cometem falhas graves nas redações e durante as entrevistas. Entre elas estão problemas de ortografia, pontuação, concordância, uso de gírias e abreviações (como “p/” no lugar de “para”).

Cultura

De acordo com a professora de língua portuguesa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Jeni Turazza, o problema muitas vezes está na formação dos estudantes. “A pessoa precisa ter uma formação sólida em termos de ensino fundamental, médio e graduação. Hoje estamos alfabetizando em cursos de pós-graduação, o que é preocupante”, disse.
Para a professora, no mercado de trabalho o saber não pode se restringir à área em que o candidato atuará. “Hoje há instituições que vendem formações rápidas. O mercado cobra muito mais do que isso. Os saberes devem contemplar relações interpessoais, interculturais, normas socioculturais, saber como se vestir e se portar”, disse.
Jeni ressalta que os estudantes precisam ler mais e ampliar os temas da leitura. Segundo ela, muitos profissionais lêem apenas publicações de assuntos técnicos. “Só se aprimora os conhecimentos por meio do acesso à cultura”, afirmou.

Internet

Para a professora Jeni Turazza, o mau uso de ferramentas da internet colabora para que os estudantes não aprimorem o português. Isso porque os jovens passam muito tempo em redes sociais, o que, segundo ela, não traz muito conhecimento. “Há boas bibliotecas virtuais, por exemplo”, diz.
A especialista acredita que a questão não é apenas criticar o uso da internet, mas sim excluir os demais meios lingüísticos.

Autor: Sidnei Junior
Fonte: IPROE

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