Toda a vez que encilho
meu velho pingo
e nele monto
eu sinto
o acariciar do vento
que como acalanto
eterniza o encanto
que sempre me renova
e da-me vida nova.
As vezes este pingo
é gavião
outras redomão
como qualquer amigo.
Na lida da campanha
na mais fria manhã
o pingo está
a me esperar
parece brincar
parece sonhar.
Vejo meu cavalo
aos poucos envelhecer
o que falo
ele pode entender.
Assim como ao animal
o tempo , a mim passa
e a vida bagual
vai perdendo a graça
da distante infância,
da esquecida inocência,
da turbulosa adolêscencia.
Sei que ainda
não sou velha
ou vivida
mas que Deus me valha
se não é assim que vejo
uma vida sem gracejo
uma vida em cinzento,
feita a cal e cimento
e pouco conhecimento,
e para o meu lamento
está se indo até meu velho
cavalo tordilho...
Luzia Escongisk
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