Rádio Beatitudes

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ser professor




      Não posso ser professor, se não percebo cada vez melhor que, não posso ser neutro, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige que eu escolha entre isto ou aquilo. Não posso ser professor a favor simplesmente do homem, ou da humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa.
      Sou professor a favor da decência, contra o despudor; a favor da liberdade contra o autoritarismo; a favor da autoridade, contra a licenciosidade; da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda.  Sou professor, a favor da luta constante, contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou essa aberração: A MISÉRIA NA FARTURA. Sou professor a favor da esperança, que me anima apesar de tudo.
(Paulo Freire)





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