Rádio Beatitudes

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Toda a vez que encilho
meu velho pingo
e nele monto
eu sinto
o acariciar do vento
que como acalanto
eterniza o encanto
que sempre me renova
e da-me vida nova.

As vezes este pingo
é gavião
outras redomão
como qualquer amigo.

Na lida da campanha
na mais fria manhã
o pingo está
a me esperar
parece brincar
parece sonhar.

Vejo meu cavalo
aos poucos envelhecer
o que  falo
ele pode entender.
Assim como ao animal
o tempo , a mim passa
e a vida  bagual
vai perdendo a graça
da distante infância,
da esquecida inocência,
da turbulosa adolêscencia.

Sei que ainda
não sou velha
ou vivida
mas que Deus me valha
se não é assim que vejo
uma vida sem gracejo
uma vida em cinzento,
feita a cal e cimento
e pouco conhecimento,
e para o meu lamento
está se indo até meu velho
cavalo tordilho...

Luzia Escongisk

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